Efeito placebo: O que é e para que serve?

Efeito placebo: O que é e para que serve?

Talvez já tenha ouvido falar do efeito placebo ou até já o tenha sentido na pele. Trata-se do termo técnico usado para designar situações em que a mente cura o corpo sem recurso a medicação real. Muito aproveitado pela ciência na investigação de novos medicamentos, este efeito tem vindo a ser também utilizado como forma de tratamento.

O que é o placebo?

placebo não passa de um tratamento que, não tendo propriedades médicas, o paciente julga que vai ajudar a solucionar um determinado problema de saúde. Pode ser uma injeção, um comprimido ou outra terapia. O que o diferencia é o facto de não ter efeitos comprovados para o organismo.

Como foi descoberto o efeito placebo?

Foi em 1799 que o médico inglês John Haygarth fez a primeira demonstração científica do efeito. Haygarth quis comprovar que um dos medicamentos vendidos na época por charlatães não produzia qualquer efeito terapêutico.

Já durante a 2ª Guerra Mundial, este viria a ser posto em prática no tratamento de soldados feridos. Durante o conflito armado, o médico Henry Beecher ficou sem stock de morfina para tratar dos soldados. No entanto, manteve o tratamento, substituindo a morfina por uma solução salina. Surpreendentemente, o médico verificou que, em 40% dos soldados, se verificou um alívio das dores.

Utilidade para a indústria farmacêutica

Desde então os placebos têm tido um papel muito importante na investigação científica, em especial na produção de novos medicamentos. O efeito placebo é usado na fase de ensaios clínicos com humanos para comprovar a eficácia dos medicamentos.

Assim, existe uma divisão dos participantes em dois grupos, com um a testar o fármaco real e o outro o placebo. Se ambos tiverem comportamentos idênticos, pode ser colocado em causa todo o processo de desenvolvimento científico.

O poder da mente

O efeito placebo também permite desvendar mais um pouco de um dos maiores segredos do Homem. Trata-se do poder da mente e da sua relação com o nosso corpo. Os placebos têm vindo a ajudar a perceber que a simples expectativa de um resultado pode acentuar um determinado efeito.

Além disso, mais do que a substância que se pensa estar num determinado placebo, existem outros fatores que influenciam os efeitos. Por exemplo:

  • Uma injeção gera uma perceção de maior eficácia do que um comprimido;
  • Tomar dois comprimidos gera mais efeitos do que apenas um;
  • Um comprimido de dimensão maior é melhor;
  • A cor também gera efeitos distintos.

O efeito placebo não cura, mas pode ajudar

Como já referimos anteriormente os placebos não têm nas suas propriedades a capacidade de curar doenças. Por conseguinte, não é possível que substituam os tratamentos médicos.

No entanto, pelo facto de ser gerada uma ilusão estes podem produzir o alívio da sintomatologia. Tem vindo a ser observado que existe de facto uma repercussão de acordo com as expectativas, sejam elas positivas ou negativas.

O recurso ao efeito placebo pode ser especialmente eficaz em problemas como:

  • Depressão;
  • Alterações do sono;
  • Síndrome do intestino irritável;
  • Menopausa;
  • Dor crónica.

Influência na redução do consumo de medicamentos

Sabemos que nos dias que correm muitos portugueses recorrem, erradamente, à automedicação. Coloca-se assim o corpo em maior contacto com substâncias químicas, em muitos casos sem necessidade.

Assim, o uso de placebos poderá ser útil para travar este consumo excessivo de medicação química. Isto sem deixar de aliviar os sintomas.

O efeito placebo é ainda um tratamento extremamente útil nos casos de doenças crónicas e terminais. Através dos placebos é possível criar a ilusão de alívio de dores nos pacientes, permitindo dar-lhes a melhor qualidade de vida possível. Por exemplo, para situações terminais de cancro o recurso a este tratamento faz parte da rotina diária.

Fonte: Blog da Eiriz Saúde

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