Panama Papers: A maior fuga de informação da história

Panama Papers: A maior fuga de informação da história

Um novo escândalo está a abalar as mais altas estrutura do mundo das finanças. Revelado este domingo pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung, o Panama Papers está a tornar-se na maior fuga de informação da história.
Com um esquema simples, altas figuras de diversos quadrantes do panorama internacional, conseguiam proteger as suas fortunas. Mas, para além deste escândalo, o Panama Papers impressiona também pela quantidade de informação a que os jornalistas tiveram acesso.
De acordo com o que foi revelado, o caso Panama Papers funcionava de uma forma simples, em que a empresa Mossack Fonseca, sediada no Panamá, vendia empresas fictícias aos ricos e poderosos, garantindo desta forma que estes conseguiam proteger as suas fortunas nos paraísos fiscais, evitando o pagamentos dos impostos e das contribuições devidas.
A lista, que está a ser propagada, dá conta de individualidades poderosas no mundo da alta finança e também responsáveis políticos de vários países ao redor do planeta. Consta ainda que várias figuras mediáticas e desportistas estejam também no rol de nomes envolvidos.

Panama Papers: A escala desta fuga de informação

Ao longo de um ano o jornal Süddeutsche Zeitung foi recebendo informação sobre este caso, na sua maioria documentos internos da empresa Mossack Fonseca, que eram entregues de forma anónima e cifrada. Nada de encontros com o desconhecido informador, todos os cuidados garantiam a segurança e a privacidade de quem os estava a colocar fora da empresa.
O volume de dados é de tal forma grande que esta está a ser considerada a maior fuga de informação da história. Ao todo foram entregues mais de 2,6 terabytes de dados, o que correspondem a 11,5 milhões de ficheiros.
Se casos anteriores, como o da WikiLeaks em 2010 ou o de Edward Snowden em 2013, geraram volumes de informação massivos, que foram lentamente tornados públicos, este novo caso toma proporções gigantescas e com volumes de informação que até agora não tinham surgido.

A estrutura dos dados obtidos

A análise e interpretação destes dados demoraram um ano e o processo envolveu a colaboração de mais de 400 jornalistas, de mais de 100 organizações de 80 países.
A gestão destas equipas esteve a cargo do International Consortium of Investigative Journalists (ICIJ), que já tinha sido chamado para tratar de casos anteriores, com o Offshore Leaks, Lux Leaks e Swiss Leaks. Este esforço conjunto representou também a maior cooperação internacional do género.
O Panama Papers inclui cerca de 11,5 milhões de documentos, mais do que a soma dos obtidos nos casos do Wikileaks Cablegate, Offshore Leaks, Lux Leaks e Swiss Leaks.
Os dados são compostos por e-mails, ficheiros pdf, fotografias e excertos da base dados da Mossack Fonseca. Estes dados cobrem um período de tempo que vai desde 1970 até à Primavera de 2016.

Que impacto pode ter esta informação?

Agora que esta informação está pública ficam a ser conhecidas as formas que são usadas pelos mais ricos do planeta para proteger as suas fortunas e os seus bens.
Os nomes que estão a ser avançados mostram que esta elite conseguia, através dos esquemas fornecidos pela Mossack Fonseca, colocar as suas fortunas em paraísos fiscais, contornado as leis dos países e as suas obrigações.
Este é mais um escândalo que é conhecido, graças ao anonimato e à segurança que a Internet e as suas ferramentas podem fornecer, garantindo a protecção necessária a quem decidiu dar a conhecer ao mundo um dos mais bem guardados segredos.
É um caso que apenas agora começou a ser conhecido e que demorará ainda alguns meses (se não mesmo anos) a ser completamente apresentado. São 2,6 terabytes de dados que foram analisados e que geraram muita informação.

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